De perto e de longe: a política de uma autoantropologia Kaiowá

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v20i41.646

Palavras-chave:

autoantropologia, política, Kaiowá

Resumo

Variando o tom entre ensaio e resenha crítica, este artigo analisará o trabalho de Izaque João, um acadêmico indígena Kaiowá que defendeu seu mestrado em História, na Universidade Federal da Grande Dourados, com a dissertação “Jakaira Reko Nheypyrũ Maragatu Mborahéi: origem e fundamentos do canto ritual Jerosy Puku entre os Kaiowá de Panambi, Panambizinho e Sucuri’y, Mato Grosso do Sul”. Estaremos atentos à metodologia empregada e aos modos de enunciação para explorar as variações discursivas da posição do autor em campo – às vezes perto, às vezes longe de sua comunidade –, em uma tentativa de delinear os limites de uma autoantropologia e o potencial político que ela carrega.

 

Biografia do Autor

Bruno Martins Morais, Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR; Centro de Trabalho Indigenista - CTI

Doutorando em Direito Socioambiental e Sustentabilidade pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Mestre em Antropologia Social e graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Sua dissertação de mestrado, intitulada “Do corpo ao pó: crônicas da territorialidade Kaiowá nas adjacências da Morte”, foi publicada pela Editora Elefante, com o apoio da ANPOCS.

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Publicado

2019-11-18

Como Citar

Morais, B. M. (2019). De perto e de longe: a política de uma autoantropologia Kaiowá. Tellus, 20(41). https://doi.org/10.20435/tellus.v20i41.646